Desperdício

Como dizer que tive medo?

A covardia gritou,

Soei o alarme.

Tive pavor da realidade,

Do futuro desenhado

Em flores de caleidoscópio,

Olhando as nuvens de algodão.

Me desfiz em chuva,

Por um triz,

Te desfiz.

E que direito tenho eu,

De assumir meu erro agora?

O relógio nunca marcará a hora

De viver o futuro interrompido.

No meio de dúvidas mesquinhas,

[Banais]

O universo pareceu gigante.

Em meio a tantas promessas,

Enclausurei a única constante.

Depois que me desconstruí,

Nunca pude me reaver.

Depois que fugi,

A coragem era só ausência –
Me perdi.

Nocturnal

I don’t want to go.

The green grass,

Wet,

Sings melodies

Invites me in.

I dig deeper

I dive into darkness.

The stars up above

Swallow my soul.

I need life

I can’t breathe.

The lights outside

Flickering

Buzzing

Make me dizzy.

But the moon

So wide

So loud

Takes all of me.

It’s night.

Seasons of love

Spring and summer

Colors will fade

Leaves will change

I want no change.

I want you here,

Your hand in mine.

I’ll keep you warm,

You’ll keep me dizzy.

We fight storms

We don’t let go.

I’m in your eyes,

You’re in my skin;

We share secrets,

Fears,

Wrinkles,

Love,

Time.

Don’t let me go.

Sonho

Sonhei que você não era meu.

Sonhei que era de outro.

E que você nem era,

Eu nem lhe sabia,

Você não existia.

Sonhei com um vazio enorme:

Uma vida sem cor,

Beijos sem amor,

Caminhos sem destino.

Eu não queria aquela vida.

No meio do sonho,

(no qual você não existia)

Eu desistia de tudo,

De todos,

Do mundo,

E corria pra te encontrar.

Acordei com você.

Conto de Fadas

E aí, de repente

Eu parei de esperar,

Eu parei de imaginar

Que um dia eu ia merecer,

E que um dia ia acontecer.

Eu não olhei mais pela janela,

Não escrevi mais poemas,

E joguei fora o luar.

Deixei de ler contos de fada.

De achar que a minha estrada

Me levaria a um final feliz.

De repente, cresci.

E bem quando desacreditei,

Quando desisti de mim,

Bem de repente, assim,

Aconteceu você.