sábado, 26 de janeiro de 2013

Proibido




Se não for proibido,
Se estiver perto demais,
Se minha mão puder alcançar,
Então não tem cor,
Não tem gosto,
E nem sabor;
Não sinto a boca encher d’água
E nem há tambor dentro de mim.
Quero merecer,
Conquistar,
Ganhar o desejo de querer descansar.
Anseio pelo suor,
Pela corrida,
O cansaço;
Chegar a um palmo,
Sentir o cheiro,
Tanger sua sombra
E ainda assim, não chegar.
Aqui, bem fácil:
Não quero, rejeito.
Inalcançável:
Almejo, padeço.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Devagarinho




Quando você chega assim
Tão de mansinho,
Tão sem avisar,
Nem quero que chegue;
Quero que venha devagar.
O arrepio que me abraça,
Esse não-sei-o-quê que nunca passa,
Que brinca em meu peito
E faz bagunça em meu estômago
Vem com seu quase chegar.
Esse quase você aqui
Deixa minha perna frouxa,
E minha boca
Faz minha cara toda
Parecer a de uma boba.
Então vários risos bambos
Passeiam pelo meu rosto
E comprometem meu raciocínio.
Já guardei o meu juízo,
Só com o aviso
Do seu cheiro na minha porta.