domingo, 10 de fevereiro de 2013

Bombom




Tão bom
Que parece bombom.
Dá vontade de provar,
Colocar na boca,
Passar de um lado pro outro
E saborear,
E deixar derreter,
Dissolver, desorganizar
Esses sabores certos.
Tão doce
Que queria que fosse
Sem fim nem começo
Um ciclo de açúcar
Chamuscando
A ponta da minha língua.
Dá vontade de mais,
De perder tempo,
De esquecer da vida,
De não querer mais água,
Recusar comida sem sabor,
De não querer mais esse mundo.
Só bombom.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Cambaleante



É como pisar no vento,
Andar sobre o ar
Sem habilidade alguma,
Sem treino ou prática,
Tentando inventar moléculas
No nada em que se caminha.
É como saltar de pára-quedas
E descobrir-se despida,
Desprotegida.
É viver nua diante do mundo,
Sentir os olhos lerem sua pele,
Cada tatuagem,
Cada sinal de nascença,
Descobrindo cada imperfeição,
Analisando onde a natureza errou.
É atravessar a corda bamba
Tendo a pele como roupa,
Tendo o ar como colchão
E não saber se lá,
Bem do outro lado,
Estará o antídoto,
As únicas mãos
Capazes de evitar a queda.