É quando menos se espera
Que a brisa, de repente, passa
E afaga o rosto cansado
E apaga os pingos do suor.
Como chuva no carnaval
Quando o calor é intenso,
Quando o frenesi é imenso
E tudo o que se quer, chegou.
Não há minutos contados
Para que o sol se ponha,
Para que a lua brilhe
Ou para que o dia se renove.
Mas então, outra vez,
Não é que ele teima em aparecer?
É quando menos se espera
Que o beija-flor, na janela
Causa um momento de excitação.
E a estrela, que se joga,
Sem hora marcada,
Sussurra aos distraídos
A fitarem o céu,
Que podem esperar pelas surpresas,
Contudo, sem nada esperar.