Sou intensa, exagerada, uma hipérbole personificada. Sei que sou. Não amo pela metade, não quero uma parte: só quero por inteiro, ou então, não quero mais. Até quero, mas prefiro não ter. Se for pra viver, que seja intensamente, com cada detalhe, sentindo todo toque e cada sabor. Se for pra gargalhar, que seja alto, com vontade, sem medo e sem pudor. Não seguro risadas. Rir está na descrição da minha função como ser humano. E é a tarefa que cumpro com mais prazer. Nem preciso de fiscalização. Rio até mesmo quando apenas em minha própria companhia. Vejo graça nas pequenas coisas da vida. Não passo um dia sem sorrir, e nunca é esforço para mim. Se eu sou sempre a mesma? Nunca. Sou muitas. Sempre. Digo e repito, já virou discurso de político. Sou adaptável, não mudo por ninguém, mas busco, sim, me lapidar, ser alguém melhor a cada dia, por mim. Mas também pelas pessoas que amo e que me envolvem. Hipocrisia dizer que não. Minha lista de defeitos não é nada pequena. Sou imperfeita e não me orgulho disso. Não pretendo ser perfeita, entretanto dói quando machuco quem amo. Quando decepciono. Quando deixo a desejar. Sou impaciente e ansiosa, sou perfeccionista, metódica e geniosa. Atenção, mimo e inteligência tiram os meus pés do chão. Dentro de mim sou 10% gente e 90% vontades... Contudo, não sou curiosa, não futuco sua semana, não vasculho seu armário, não sou invasiva. Quero saber tudo sobre o que tem a me dizer, mas apenas o que quiser me contar. Tenho meus amigos em um recanto intocável em meu coração e desejo que a moradia deles ali seja eterna. Intensa, lembra? Também desejo que eles me queiram da mesma forma: pra sempre. Gostaria de ter a mim mesma como amiga. Saberia que posso contar comigo em qualquer planeta, até em Plutão, mesmo que ele não seja mais um planeta. Se houvesse uma competição, seria a campeã em guardar segredos. Uma caixa que nunca foi dada a Pandora.