Mas eu sei que passa
Sei que escapa
Por algum lugar,
Um dia,
Toda essa bagunça
Que agora mora em mim.
Sei que esvazio como balão
Que de repente murcha,
Com um furo quase inexistente
Aquele que ninguém jamais encontra.
Um dia, sem aviso,
Sem nenhum tipo de premonição,
Sei que ao acordar, nesse dia
Estarei vazia,
Estarei inteira,
Estarei repleta
Do que só há em mim.
Só que enquanto não chega
Esse dia que não sei qual é,
Procuro essa tal agulha,
Essa pontinha tão fina,
Que basta triscar
E para meu balão, não haverá cura.
Só um balão novo em seu lugar.
Só que dessa vez, encho bem devagar.
2 comentários:
Será que podemos conter a quntidade de ar que cabe em um "balão"? Esse "balão" que deixamos encher, que permitimos encher pode ser esvasiado... Não precisamos sugar (como fazemos com sacos para congelar alimentos, não precisamos furar... basta que num instante percebamos que o "balão" só encheu porque estava ao alcance da nossa boca!
Essa está perfeita!
Engraçado que bastam alguns dias sem visitar o blog e percebo tantos belos frutos desse intelecto.
O melhor de tudo é que, independente de sensações boas ou ruins, somos regados de coisas tão lindas.
Isso é característica de pessoas que fazem a diferença: bons frutos e nada mais.
Parabéns!
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