terça-feira, 26 de maio de 2015

Desperdício



Como dizer que tive medo?
A covardia gritou,
Soei o alarme.
Tive pavor da realidade,
Do futuro desenhado
Em flores de caleidoscópio,
Olhando as nuvens de algodão.
Me desfiz em chuva,
Por um triz,
Te desfiz.
E que direito tenho eu,
De assumir meu erro agora?
O relógio nunca marcará a hora
De viver o futuro interrompido.
No meio de dúvidas mesquinhas,
[Banais]
O universo pareceu gigante.
Em meio a tantas promessas,
Enclausurei a única constante.
Depois que me desconstruí,
Nunca pude me reaver.
Depois que fugi,
A coragem era só ausência –
Me perdi.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito o seu texto, ele é um ponto de encontro!

Natássia disse...

Muito obrigada, Anônimo! Todos os textos são alguma forma de encontro e de perda, em minha opinião :)

Anônimo disse...

Nota 10; bom domínio do ritmo e da criação!

Lola Littrell disse...

texto maravilhoso! saudades de lê-los.