Preparei tudo,
Cuidei de cada detalhe.
Ensaiei,
Vesti minha roupa a caráter.
Maquiagem, perfume
E flor nos cabelos.
Subo no palco.
Começa o espetáculo.
Danço, canto,
Rodopio e provoco ilusões.
Dispo-me devagar...
Aos poucos, quem assiste
Conhece cada parte,
Cada pedacinho de mim.
Aos poucos, quem permanece
Enxerga o beijo
Através do batom vermelho,
Os sonhos, por trás da flor no cabelo,
E o desejo escondido em meu olhar.
Tantos são os olhares,
Infinitos os suspiros,
Incontáveis os aplausos...
Naquele palco adornado,
Onde cada detalhe foi desenhado,
Sonhei que um daqueles aplausos
Pudesse vir dessas mãos
Escorregadias, distantes.
Essas mãos, para cujo dono
Danço nesta noite sem fim.
Durmo sem certeza,
Acordo sem saber.
Sonhei que um daqueles aplausos
Era só seu, para mim.
7 comentários:
Os aplausos, agora, são meus, Nat! Bjs, Gislene Oliveira (Gi)
uau...
Naty, acordei querendo fazer uma boa leitura e quando acessei o seu face vi que havia publicado um novo texto. Tinha certeza de que aqui ia matar a minha sede e o fiz. Sempre surpreendente! Bjo, querida!
Incrível como diante de tantos aplausos vindos de uma platéia imensa, no fim das contas sempre queremos AQUELE aplauso que nos fará continuar dançando com imenso prazer.... bjs
A vida, quase sempre, eh bem assim... Lindo, lindo, como sempre!
"Aos poucos, quem permanece
Enxerga o beijo
Através do batom vermelho,
Os sonhos, por trás da flor no cabelo". Esses sim são espetáculos de versos. Sutil e surreal...adoro esse tipo de construção imagética! So beautiful, sis. Congrats.
O espetáculo é ler o que escreve: tanto sentimento e paixão! É uma pena que algumas pessoas tenham medo de dançar; uma pena mesmo que outras tenham medo da platéia e outras que fogem de espetáculos reveladores... por medo de se verem "fotografadas, reveladas..."
Quem não se sentir vivo, não vive! E viver é revelar-se.
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