sexta-feira, 13 de maio de 2011

Despedida



Não quero mais esse lugar
Esse cheiro de passado
Nos livros, pela sala
Traz memórias encardidas
Me obriga a recordar.
Não quero mais essas paredes
Esse branco que me cega
Esse quadrado que me cerca
Já não quero me enquadrar.
Já não quero adentrar
Pelo quarto, pelas entranhas
Do que sobrou de mim e você.
Suas impressões sobre mim
Suas impressões sobre meu corpo
Quero lavar, esquecer, arrancar
Quero raspar da minha pele
A sensação de você.
Quando eu saio pela porta
Não me importa se o teto cai
Se no jardim a última for,
Finalmente floresceu.
Não quero mais nenhuma casa.
Sou a dona a rua
Meu teto é a lua
Quero ser outra de mim
E achar um novo você.

7 comentários:

Carmen disse...

Nat, adoro ler teus textos, principalmente porque sempre surpreendem pela intensidade dos sentimentos presentes neles. Parabéns, menina!!

Dai disse...

Courage is everything!

Ingrid disse...

sim, Nat, seus textos são intensos! "Despedida" tem um tom de desabafo, um grito ousado que ressoa experiências vividas,pessoas fixadas,sentimentos entranhados que teimam em permanecer. e um então deixar de ser, abrir mão, uma despedida de si, um final renascer... Lindo, amiga! Vc comunica muito do que eu mesma gostaria de dizer! wunderschön! :)

lubisco disse...

espetacular. Q teto seja sempre a lua

Vânia Santtana disse...

Surpreendente!
Estou começando a perceber que terei que ser um pouco mais econômica nos elogios, pois pelo andar da carruagem, os seus textos ainda me farão utiliza-los bastante e eu suspeito que o meu repertório não seja suficiente.
O texto, na íntegra, está ótimo, mas no desfecho você conseguiu ser transcendente. Parabéns!

Anônimo disse...

Amiga vc está arrasando!!!!!!
COngratulations!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ah amiga, esqueci de assinar!
Thai