Não me defina
Com essa fotografia fina
Que afaga sua auto-estima.
Retire as tiras
Que rotulam minha ira
Que contra mim atira.
Não me rotule
Não me anule
Afirmando que sou uma só.
Me desconstrua
Me construa inconstantemente
Me queira nua.
Não me defina:
O meu nome assina
Muito pouco do que sou.
Sou muitas, sou tantas
Sou tudo e sou nada
Não sou mais do que sonhou.
Contudo, sou o mundo
Sou o lúdico e o absurdo
Posso ser mais do que vislumbrou.
Rasgue meu manto
Penetre meus meandros
E saboreie um pedaço das tantas que sou.

9 comentários:
Você consegue sempre me surpreender. A cada novo texto, parece que você se renova e se torna cada vez melhor. Adorei o texto e espero poder apreciar esse grande talento que tem por muito tempo. Sou seu eterno admirador.
Michel
Teacher,
excelente esse texto!
Vc escreve num estilo que gosto, uma poesia bem próxima da prosa.
É bem sonoro, como letra de música, por isso imagino que saia da cabeça para o papel de forma natural e não da caneta para o papel, como um mero exercício de rimas e formas.
Um texto por semana e num ano vc terá um livro!
Don't stop!
WOW! Nat, amei seu último texto. tem um quê de lírico-prosaico, é intimador, vai se anunciando em um ritmo crescente, como uma deliciosa e urgente revelação . echt klasse!!! :)
Tenho sérias restrições à rimas e, geral... ainda assim, achei seu texto excelente. Gosto da sua visão de mundo...
Irmã, adorei, tenho visto o seu crescimento nos textos. Esse último é ótimo. Tenho "problemas" com rimas, mas esse "I bought". bjos
Lindo texto filha! parabéns, continue exercitando os dons que tem e contribuindo para melhores leituras.
Maria Angélica Alves
Menina, você escreve com alma e nas almas de quem lê os seus escritos. Sem falar que consegue a sintonia perfeita entre textos e imagens, o que não é uma tarefa fácil.
Que sensibilidade, viu?!
Parabéns!
Vânia Santtana
Adorei esse. Tem um pouquinho de tudo: sonoridade, erotismo, romantismo, introspecção....AMEI!
Pois é... ninguém é tão completo a ponto de se cristalizar. Ninguém é tão fixo que nunca possa evoluir, e, principalmente nunca devemos nos contentar com os estereótipos sob os quais nos sentenciam os olhos fundamentalistas.
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