sábado, 28 de maio de 2011

Sua



Hoje acordei sua.
Em braços tão seguros,
Que pendiam entre abraço e prisão.
Hoje acordei insegura.
Desejosa de vida,
Carente de mundo,
Ardente por céu, jardins, arco-íris, canções.
Olhei pra você,
E não vi.
Toquei suas mãos,
E já não pude sentir.
Mãos, olhares e palavras
Gritaram o momento
Que há tanto ameaçava se cristalizar.
Parte de mim queria te ver ir.
Parte de mim não consegue me desprender.
Assistir você partir...
Imaginar você ficar...
Qualquer movimento me consome,
Me invade,
Me agride,
Arranca um pedaço de mim
Que eu não sabia existir.
Me toma por completo,
Me leva em todas direções.
Sempre soube que seria assim.
Nunca soube que seria tanto.

Hoje acordei sua.
E adormeci só minha.

6 comentários:

lubisco disse...

Q coisa mais linda!!!!!!!!!!! Densa, triste.... maravilhosa.

Natalie disse...

Incrível como é possível se reconhecer nos textos. Lindos, Naty!

Anônimo disse...

Seus textos são lindos e supreendentes!! Sempre transbordando de sentimentos e expressando pensamentos que muitos se identificam, inclusive eu. Não deixe de mostrar ao mundo o quão talentosa você é.

Michel

Natali disse...

Que coisa mais linda!! (2)

Amei msm!

Ingrid disse...

"Sua" é um belo texto, Nat.Mesmo! Podemos ver refletido nele, como em um rápido e eficaz raio-x, o conflituoso "ser" humano, a ambiguidade do querer que está em nós,a constatação de quão paradoxais somos. Certo estava Camões em tentar definir o indefinível: "É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer" ...
WOW! Parabéns, Nat!

Vânia Santtana disse...

Estou ainda sentindo dificuldade para comentar o seu texto, pois embora os demais tenham sido maravilhosos, comoventes, esse em especial me invadiu de forma rija, imperiosamente densa.
Esse espaço é um recanto de belos textos.
Parabéns, mais uma vez!
Reconheço: sou sua fã mesmo.
Bjinhos.