Se eu calo,
Não é um vazio,
Não silencio
O meu pensamento.
O eco do não dito
Pode ressoar mais alto,
Pode subverter um grito,
Pode traduzir o desabafo mais aflito.
Quando calo,
Aceite meus olhos,
Meus braços e mãos...
Agarre o que houver.
Leia meu corpo,
Entenda meu alfabeto,
Queira qualquer afeto,
Sirva-se de mim.
Não procure por palavras:
Tão rasas,
Quase nunca exatas,
Tão escassas.
Sua caça
Pela presença de som
Torna-me indócil,
Desejosa de asas,
De vento,
De mundo.
Então mergulhe em meu pseudo-vazio,
E em meio ao meu silêncio,
Respire o que sou,
Escute meu nada,
Inebrie-se de mim.
3 comentários:
Nossa, Natt! Adoro todas, mas esse é lindo demais. Fiquei mesmo sem palavras..
Acho que depois disso, não tenho mais o que falar...sai tão natural que fico extasiado com sua forma de escrever. É simplesmente linda!
Concordo com todos os comentários já postados.
E esse trecho em especial:
"Não procure por palavras:
Tão rasas,
Quase nunca exatas".
adorei.
muito lindo Nat.
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