No mar, um coral de pérolas
Beija e acaricia as caudas das mais belas:
As sereias desenham no vento
Melodias suaves, intensas como a tempestade
Que vem do infinito,
Quando escrevem acordes na água, na areia, no ar:
Só para mim.
No céu, duas luas toda noite,
Cada uma em fases distintas;
Constelações de purpurinas
Iluminam todo o universo;
E estrelas cadentes
Em queda livre, suicidam-se:
Só para mim.
Na terra, um jardim de flores-de-lótus
Coberto por fadas multicores
Que bailam ao som de sua respiração
E exalam sutis sensações singelas
Que afagam a aflição de quem se entrega.
Elas morrem ao sol se pôr e renascem ao dia nascer:
Só para mim.
Logo ali, um sonho só meu.
Tão palpável, tão nebuloso....
Realidade ou quimera?
Quisera saborear cada recanto do meu delírio
Andar por cada caminho, me perder, e encontrar.
Contudo, acordo: só em sonhos mudo o mundo,
E me transformo só para mim.
Um comentário:
VOLTEEEI!!! Nat, sinto-me tocada com o seu "Sonho". Lindíssimo. Li como um soneto, que insurge numa explosão de impressões. Impressões tão belas, tão entranhadas de metáforas, símbolos, sentimentos... Amo a simbologia expressa no seu dizer, a melodia e a sugestão das suas palavas, e como você, assim, nos comove, nos faz sonhar! Great!! :)
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