Desembrulha,
Desenlaça a fita,
Arranca o papel,
Abre a caixa.
É seu.
Também é meu,
Sou eu.
Agora é seu.
Não peça pra trocar.
Não tente mudar as cores,
Tirar as peças de lugar.
Apenas queira.
Com um olhar alheio,
Aceita.
Ou deixa ser só meu,
Esse tanto que é estranho até para mim.
Contudo, caso queira mesmo assim,
Com os arranhões e desgaste do tempo,
Caso aceite como é,
Não precisa embalar o seu.
Caso aceite da forma que foi revelado,
Entregue o que tem sem laços ou fitas
Não coloque em uma caixa bonita.
Não embale e não mascare.
Aceite o que sou,
E quererei todas partes de você.
5 comentários:
Um presente lindo assim??? Só devolve quem não merece. Rsrs
Perfeito!
Clara
Adorei esse texto, Naty. Muito sucesso para ti. bjs
Creio que amar deva ser assim: aceitar o outro como presente, recebê-lo como algo inédito, não se detendo nos "arranhões" e "imperfeições". Lindo, lindo vc dizer: me receba como sou, eu te recebo como és. Amar deve ser por aí: olhar pra quem se ama e enxergar beleza naquilo que muitos julgam danificado. Seu lindo texto nos faz mais uma vez pensar... :)
É Tica, a gente só tem mesmo que tornar real na prática,isso: aceitar o outro com suas "irregularidades", com suas ausências, com seus agravos, com os machucados,com o que não trouxe e que tanto gostaríamos que tivesse trazido, para nós... na verdade nem nos damos conta de que somos tão exigentes!
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